quarta-feira, dezembro 16, 2015

star wars do princípio - intimidade intergaláctica

Lembro-me bem do meu fascínio avassalador pela saga Star Wars - na altura ainda Guerra das Estrelas - assim que vi a saga, algures para o fim da década de 80. Vi em VHS os três episódios. Era puto para ter os meus sete anos. Lembro-me do velho sofá de família me acolher naqueles minutos a ver magia no pequeno ecrã. Acho que nunca me tinha sentido tão próximo do espaço e de um mundo capaz de ir tão longe quanto a minha imaginação. Lembro-me de pensar: "Como é que a existência de um filme assim não passa nas notícias. Isto é genial. Devia ser obrigatório ver este filme". Lembro-me de sentir que era uma descoberta incrível aquela que eu tinha feito ao ver o filme e de serem poucas pessoas que o valorizavam como eu. Mas sempre que encontrava outro apaixonado ficava eufórico. Como se de uma religião se tratasse, tentava convencer os meus pais e colegas da Primária do Bairro da Ponte a embarcarem numa história intergaláctica distante no espaço mas tão verosímil, entusiasmante e repleta de sensações novas para um puto de sete ou oito anos. Mais tarde lembro-me de ficar chocado quando alguém não tinha visto a trilogia. E segundos depois já estava com um: "tens de ver! É inesquecível". Lembro-me de emprestar as preciosas três K7's VHS que guardava religiosamente no lugar de honra da minha colecção de filmes à minha namorada - actual mulher - quando começámos a namorar. Ela não tinha a certeza se tinha visto todos os filmes. Tinha de mudar isso. Mas infelizmente não fiz dela uma devota desta religião/saga repleta de seres estranhos, de uma força inerente que tudo controla, de um império do mal que tem origem em pessoas que já foram boas e em personagens verdadeiramente apaixonantes em situações complexas e moralmente ambíguas. Daqui a pouco vou ver o regresso da saga, com a esperança que seja mais fiel à primeira trilogia (IV, V e VI) e com a mesma naturalidade/intimidade intergaláctica.
Nesta paixão um dos momentos mais importantes foi quando a saga foi reposta no cinema em 1997, remasterizada digitalmente (com efeitos melhorados). Finalmente consegui ver tudo no cinema, como devia ter sido visto logo pela primeira vez. Andava em pulgas para que estreasse e, depois, confesso que me voltei a emocionar com as cenas mais memoráveis.

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